Sobre openstreetmap, atenção e olhar

Uma questão que eu mesmo me fiz algumas vezes é por que usar o OSM pra georreferenciar, se já existem tantas soluções estruturadas de mapeamento - Google, Yahoo, etc. Agora à noite, depois de uma ida rápida de bicicleta à rádio Gaivota para reconectar o streaming que havia caído, fiquei pensando que o mais importante não é o simples localizar em um mapa dado - em outros termos, enfiar um alfinete em uma estrutura definida de antemão. Pelo contrário, todo o processo de planejar os futuros rolês - de bicicleta, a pé, de carro - para levantar o traçado das ruas, marcar pontos interessantes, depois traçar isso tudo no banco do OSM gerando mapas livres e subir as marcações de pontos especiais em um aqui nesse site cria uma disposição diferenciada. Por ter a atenção direcionada para isso, eu tenho observado mais atentamente as rotas que tomo, o que encontro no meio do caminho, e o que pode virar ou não assunto para esse o site. Penso bastante no corte editorial que em algum momento vou precisar definir - invariavelmente, as conversas com pessoas envolvidas com turismo acabam sempre caindo no assunto anúncios/patrocínio, e isso já me antecipa problemas - isenção, relacionamento, cidade pequena, essas coisas. É fundamental encontrar maneiras de financiar essas ações que garantam a autonomia.

Também me peguei viajando em possíveis brincadeiras, como acoplar um minitripé à cestinha da bicicleta para fazer vídeos do caminho. E tentando ao máximo evitar a tendência ao automatismo - nada de maneiras simplificadas, com botões e sensores, de capturar coordenadas ou o que for. Fazer uma coisa de cada vez, encontrar as etapas do processo, abrir e compartilhar o que estiver pelo meio - um caminho metarecicleiro em assuntos quase novos.

Fora que agora pela primeira vez em alguns anos vai ser fácil explicar pra minha avó lá em Porto Alegre o que eu estou fazendo: desenhando mapas, vó!