O fórum de tecnologias livres UbaTech aconteceu entre os dias 11 e 13 de outubro. Como resposta ao eterno impasse a respeito de qual modelo de desenvolvimento a cidade deve adotar, o evento sugeria que a constituição de um pólo de tecnologias livres e de código aberto é uma ideia factível e que pode trazer benefícios rápidos e concretos, mas duradouros. Algumas semanas antes do UbaTech, Jon "Maddog" (que apadrinhou o evento) chegou a escrever uma carta sobre esta perspectiva.
Saiba mais sobre o UbaTech e o #ubatux neste post.
O primeiro dia, focado em oferecer exemplos concretos da adoção de tecnologias livres e de código aberto como promotoras de inovação e eficiência em diferentes tipos de organizações, aconteceu no Teatro Municipal e na sede da Associação Comercial de Ubatuba. Foi um dia dedicado a debater de que forma as tecnologias livres e de código aberto podem ser utilizadas desde já para contribuiir com a construção de futuros adequados às necessidades peculiares de Ubatuba.
O dia começou no Teatro Municipal de Ubatuba com uma fala de Maddog (e a excelente tradução sequencial de Cesar Brod, do LPI) sobre o sonho possível de que a cidade se torne um pólo de tecnologias livres e de código aberto. Em seguida, Sizenando Cristo - Secretário Municipal de Gestão Administrativa - enfatizou a importância deste momento histórico, afirmando que “no futuro vamos nos recordar deste dia como o início de muita coisa interessante para nossa cidade”. Assista ao vídeo:
A manhã continuou com a apresentação de Renato Peixoto sobre o Endless OS, sistema operacional baseado em GNU/Linux voltado a usuários ainda não familiarizados com as tecnologias livres. Na sequência, Ananias Filho da KMEE falou sobre o Odoo, sistema de código aberto para ERP e gestão empresarial. Maddog então retornou ao palco do teatro para falar sobre o Subutai, produto de nuvem P2P da OptDyn - empresa que ele dirige e que já está começando a investir em Ubatuba como um motor de desenvolvimento de tecnologias livres e de código aberto. Para encerrar a sessão, o professor Marcelo Zuffo (Poli-USP/LSI TEC) contou sobre o projeto Caninos Loucos, que está projetando e produzindo de forma pioneira no Brasil diferentes modelos de computadores de placa única.
A terceira apresentação da UbaTech foi de Yara Senger, contando sua experiência de sucesso como organizadora das diversas edições da TDC em muitas cidades do Brasil, ao mesmo tempo em que vive em Ubatuba, reforçando a importância crescente das mulheres no mercado de TI e sugerindo que as conferências de tecnologia podem resultar em grandes oportunidades econômicas - inclusive para Ubatuba.
A manhã se encerrou com um debate sobre os desafios para o desenvolvimento de tecnologia em Ubatuba. Estivemos presentes Álvaro Gonçalves, Felipe Fonseca, Filipe Elídio e Leandro Ramalho. Em resumo, os maiores obstáculos que relatamos na ocasião são a falta de alternativas para contratação de internet rápida e confiável; a precariedade do transporte público para chegar a cidades maiores como São Paulo, São José dos Campos e Rio de Janeiro; e a quase inexistente oferta de educação profissionalizante ou superior de qualidade na cidade e região.
Após um delicioso almoço no Limoeiro, nos reunimos à tarde na sede da Associação Comercial de Ubatuba para assistir a exemplos concretos da utilização de tecnologias livres em diferentes tipos de organizações.
Jefferson Maia, da Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, contou sobre a adoção do Odoo como ferramenta de ERP. O professor Marcelo Zuffo fez uma apresentação em funcionamento da placa Labrador, primeiro resultado concreto do projeto Caninos Loucos. Renato Peixoto demonstrou o uso do sistema operacional Endless OS. Gabriela Sartori contou sobre o LindaGeo e uso de softwares livres de geoprocessamento nas atividades ligadas à APAMLN (Área de Proteção Ambiental Marinha do Litoral Norte). Para encerrar a tarde, Alex Karasulu mostrou o Subutai, software livre e plataforma aberta para a criação de nuvens peer-to-peer de dados e processamento.