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Ciência cidadã - conversa com Andres Burbano

No começo de março aconteceu a etapa do Rio de Janeiro do circuito Arte.mov, evento que se define como um “espaço para a produção e reflexão crítica em torno da chamada 'cultura da mobilidade'”. A programação contou com debates e apresentações no Parque das Ruínas, na capital fluminense, além de uma oficina de cartografia experimental com o artista e pesquisador colombiano Andres Burbano. A oficina seria realizada novamente no dia seguinte, na Nuvem, Hacklab Rural em Visconde de Mauá – na região serrana entre Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Burbano desenvolve atualmente na Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, EUA, sua pesquisa de doutorado sobre a história das tecnologias de comunicação na América Latina. Ele explora a interação entre ciência, arte e tecnologia, experimentando com possibilidades de desenvolvimento da chamada “ciência cidadã”. A oficina que realizou no Rio e em Mauá tratava de mapeamento aéreo a partir de câmeras digitais presas a balões feitos à mão. Cada balão flutuava por alguns minutos, fazendo fotos que depois seriam utilizadas para gerar cartografias colaborativas da região. Conversamos por alguns minutos, acompanhados dos artistas Bruno Vianna e Cinthia Mendonça, que coordenam a Nuvem junto com Luciana Fleischmann. A conversa começou durante a oficina de mapeamento aéreo.

Traçando e seguindo

Experimentando por aqui com rastros de GPS, desenho de mapas, técnicas de mapeamento e outras coisas. Usei um pouco do Quantum GIS (com o qual já tinha brincado um pouco no Pará), interessante pra aplicações mais complexos, e com o Merkaartor - mas acabei me contentando com o JOSM.

JOSM - baixando mapa

Fiquei surpreso ao descobrir que muitas ruas do centro de Ubatuba foram desenhadas no OSM desde a última vez que tinha olhado.

JOSM - Ubatuba

Pude constatar que muitas das trilhas que eu capturo direto na rua, com o OSM Tracker no celular, têm uma oscilação muito grande de precisão. Sobrepor uma imagem aérea me deu uma segurança muito maior para visualizar, corrigir e adicionar trechos de ruas.

JOSM - Foto aérea - Ilha dos pescadores

Bienal do Mercosul

Aproveitei uma viagem à família em Porto Alegre para fazer uma visita rápida aos galpões do Cais do Porto, onde rola um pedaço da Bienal de Artes do Mercosul. Eu não tinha lido nada sobre essa edição da Bienal, e foi uma boa surpresa travar contato com o eixo Geopoéticas. Algumas brincadeiras interessantes por ali. Destaco "El Viaje Revolucionario", da argentina Alicia Herrero.

Do site da Bienal:

Herrero apresenta um projeto multidisciplinar que consiste em uma série de viagens através dos diversos rios da América do Sul. A artista considera esse projeto um “romance navegado”, no qual se equipara o processo do transcurso do rio com o próprio processo da escrita. O título do projeto inspira-se nos lendários diários de viagem de Ernesto Guevara, antes de converter-se no “Che”, que transitou pelos diversos cantos da América do Sul e descreveu, segundo Herrero, “o fictício das incertas e ilusórias nacionalidades da América”. No transcurso dessas viagens, realizadas de barco, lancha, ou barcaça, Herrero convida ao diálogo vários protagonistas, que, através de diferentes estruturas, compartilham suas reflexões em torno da cultura local. Nesse projeto, Herrero combina o rigor estrutural do romance, os elementos imprevisíveis dos rios e as conversas com os membros de comunidades que vão emergindo no seu caminho.

Editando mapas

Na sequência e inspirado pela minha ida ao norte, comecei a montar o site mapas.ubalab como espaço para testar tecnologias para o mapeamento geográfico agregado de camadas de informação. Restaurei um backup do site com drupal e openlayers que montei ano passado, atualizei alguns módulos e reconfigurei algumas coisas. Na função de selecionar o trecho do mapa que queria exibir na home do site, percebi uma coisa estranha. Ilhabela estava muito próxima de Ubatuba. Olhando melhor, entendi que alguém tinha confundido a Ilha Anchieta com Ilhabela.

Mapa errado

Abri o Potlatch para alterar o nome da ilha. Na hora o nome continuou errado. Consultei o Arlindo, que comentou que às vezes demora algum tempo para renderizar. Saquei a imagem acima para registrar a mudança. Depois de alguns dias, o nome certo da Ilha Anchieta já aparecia em alguns níveis de zoom. Semana passada verifiquei que a mudança já estava feita, em todos os níveis.

Mapa corrigido

É uma sensação interessante essa de modificar um mapa que pode ser utilizado por qualquer pessoa do mundo. Parecido com a primeira vez que eu editei alguma coisa na wikipedia (faz tempo...).